segunda-feira, 24 de maio de 2010

Moralogia - Letícia Nagao

Resumo

Moralogia é uma ciência, mas pode ser/efetuar muitas outras agências. É, também e assim como alguma Antropologia, um catalizador de relações de empatia e transformações mútuas; é agente na multiplicação de agências e elementos que compõem/atravessam ações e indivíduos ou entes ou conceitos que prescindem de “humanidade” ou dos adjetivos “social” e individual para agir e efetuar e reverberar na humanidade. Nesse sentido, como quem espera/se esforça para não separar (ou pelo menos não tomar a separação como dada) Antropologia e Moralogia, prática e praticante ou sentimentos de quem sente, minha intenção é propor algumas questões sobre as intenções das práticas de sentido, que se efetuam através da Antropologia – e, nesse caso, com elementos da Moralogia - , e para quem elas são comunicáveis ou úteis.

Como recurso de problematização, tento imaginar que os limites da Antropologia, enquanto uma disciplina, podem ser parecidos com os de um sistema fechado, auto-referente e autopoiético para elucidar as dificuldades de lidar com identidades, discursos de alcance seletivo e inteligibilidades refratárias.

Palavras-chave: amor, pensamento, mente, sentimento, consciência, existência, conhecimento, presunção, inferência, interferência, inconsciência, ignorância, descaso, acesso, controle, ordenação, ordem, ordens, classes, categorias, ordinário, estabilidades, normativo, instabilidade, maleabilidade, extraordinário, acaso, aleatório, coincidente, incidente, desordem, predição, previsão, tendência, caótico, sincrético, hierárquico, forma, conteúdo, nós, outros, natureza, cultura, humanidade, particular, universal, múltiplo, plural, singular, relativo, nativo, resumir, produção, inovação, invenção, criação, original, genuíno, relação, entendimento, amor, empatia, agência, afetação, vida transformação, multiplicação, possibilidades, refração, infração, reflexão, incidência, educação, família, adaptação, disciplina, indisciplina, reação, articulação limites, horizontes, edição, condição, situação, crescimento interno mútuo, benevolência, caráter, evolução, passado, tempo, Moralogia, Antropologia, eterno, duração, mudança, destruição, processo, parâmetros, manutenção, desfiguração, reprodução, presente, vida, morte, animado, inanimado, racional, passional, abstrato, real, surreal, concreto, individuo, sociedade, limite, horizonte, linguagem, comunicação, expressão, conotação, significação, sentido, referencia, acordo, rede, interação, fechado, aberto, permeável, rígido, móvel, estático, dinâmico, mutante, parte, todo, totalidade, estrutura, sistema, função, organismo, contingência, transcendência, implícito, explicito, latente categórico, categórico, latente...

E imitando a Mari, vou tirar Pablo Neruda do bolso:


Orégano


Cuando aprendí con lentitud
a hablar
creo que ya aprendí la incoherencia:
no me entendía nadie, ni yo mismo,
y odié aquellas palabras
que me volvían siempre
al mismo pozo,
al pozo de mi ser aún oscuro,
aún traspasado de mi nacimiento,
hasta que me encontré sobre un andén
o en un campo recién estrenado
una palabra: orégano,
palabra que me desenredó
como sacándome de un laberinto.

No quise aprender más palabra alguna.

Quemé los diccionarios,
me encerré en esas sílabas cantoras,
retrospectivas, mágicas, silvestres,
y a todo grito por la orilla
de los ríos,
entre las afiladas espadañas
o en el cemento de la ciudadela,
en minas, oficinas y velorios,
yo masticaba mi palabra orégano
y era como si fuera una paloma
la que soltaba entre los ignorantes.

Qué olor a corazón temible,
qué olor a violetario verdadero,
y qué forma de párpado
para dormir cerrando los ojos:
la noche tiene orégano
y otras veces haciéndose revólver
me acompañó a pasear entre las fieras:
esa palabra defendió mis versos.

Un tarascón, unos colmillos (iban
sin duda a destrozarme)
los jabalíes y los cocodrilos:
entonces
saqué de mi bolsillo
mi estimable palabra:
orégano, grité con alegría,
blandiéndola en mi mano temblorosa.

Oh milagro, las fieras asustadas
me pidieron perdón y me pidieron
humildemente orégano.

Oh lepidóptero entre las palabras,
oh palabra helicóptero,
purísima y preñada
como una aparición sacerdotal
y cargada de aroma,
territorial como un leopardo negro,
fosforescente orégano
que me sirvió para no hablar con nadie,
y para aclarar mi destino
renunciando al alarde del discurso
con un secreto idioma, el del orégano.

2 comentários:

  1. Letícia,

    achei sua proposta de estudo interessante.

    Um dos elementos possíveis de serem problematizados ao se estudar e ou construir uma moral seria a divisão, a classificação, a hierarquização e a definição dos atos, das palavras, dos pensamentos e dos sentimentos.

    O sistema dicotômico de leitura de mundo
    baseado em binaridades, no caso da moral, em vícios e em virtudes seria a melhor forma de abordar a questão?

    abraço,
    antonio

    ResponderExcluir
  2. ah Letícia,

    estou elaborando um texto que também aborda algumas questões que você reflete. Como não é possível publicá-lo como comentário, publiquei ele como "nova postagem". O título é "Revolução pessoal" e espero que possa dialogar com algumas questões que você estuda.

    ResponderExcluir