segunda-feira, 24 de maio de 2010

Encontro: Pitágoras vs Xenófanes vs Heráclito - Thiago Oliveira

Bem, saudações

..., é ..., gostaria de lhes deixar algumas intuições místico-filosóficas para preparar um pouco o debate de amanhã, talvez aflorar um pouco as diferentes sensibilidades, as mais platônicas, as mais pragmáticas, as mais materialistas, e as mais perspectivistas, talvez não tanto as mais pragmáticas (rsss). O conceito de substância, como sabem, designa aquilo que permanece no decurso do tempo, não necessariamente imóvel, mas quase sempre assim. Bem, a matéria é um caso particular de substância que vou procurar colocar em "cheque", talvez em branco. Há muitas formas de fazê-lo, mas vou apresentar apenas duas a "intuição" pitagórico-platônica, e a perspectiva heráclito-anaxagórico-gorgiana. A "intuição" materialista também teve na antiguidade muitos defensores, dentre eles Xenófanes, Parmênides, Zenão e Demócrito se destacaram. Bem meu interesse é epistemológico e com isso quero supor quase que sem ninguém ver (não dá pra diminuir o tamanho das letras, aff!) que há uma perspectiva epistemológica associada a cada uma dessas ontologias, por exemplo uma perspectiva dos "choques", dos contágios, e dos afectos corpóreos associada a ontologia materialista, (tá associada a perspectiva pragmática também), e há uma epistemologia das relações de forças e formas associada as ontologias pitagóricas e heraclitianas (tudo flui, flui tanto que sobram apenas as ondas e as forças do pólemos). É isso, é bem simplezinho, mas acho que vai ser legal.

Até então, abraços, beijinhos, apertinhos, e coisinhas mais (apenas as
convidadas, rsss),

Meryver

3 comentários:

  1. Parabéns pela apresentação Thiago,

    Será que para cada epistemologia há uma ontologia correspondente? Para cada mente um mundo?
    Pode ser.

    Pode ser o caso de que quase todas as aporias apresentadas são colocadas por uma lógica matemática inadequada para o mundo em que ocorre as aporias. Pode ser o caso de ser necessário uma matemática para cada ontologia.

    Qual seria a construção correta deste quadro?

    ? - número base - ? - ? - Substrato - Interação: relações de forças e formas – Física - matemática

    Divisível que tende ao indivisível – 1 – ser – partícula – Matéria - ("choques",contágios, afectos) – clássica - ?

    Divisível que tende e “chega” ao zero - 0 – não-ser – onda - (Espírito, substância), clássica, ?

    Átomo e o divisível - 1 e 0 - Ser e o não-ser - Partícula e onda - Matéria e espírito – quântica, ?


    O raciocínio abaixo está correto?

    Se definirmos o infinito como o que não pode ser percorrido e
    se é constatável empiricamente que é possível percorrer de um ponto A qualquer à um ponto B qualquer então é possível pressupor que não há infinitos pontos entre dois pontos. Portanto que há o átomo.

    Se há o átomo, eles podem ser semelhantes, se há mais de um tipo de átomo, pode ser que os que diferem seja o atrito da superfície, neste sentido pode haver átomos totalmente lisos, totalmente estriados ou possuir parte da dimensão lisa e parte da dimensão estriada. Tais características não poderiam ser fruto da inexatidão do olhar de um observador qualquer, algo que uma ampliação de zoom nos fizesse ver. Seriam características mesmas das formas-átomo.

    Se pressupormos um mundo atomista e aplicarmos à ele uma matemática que pressuponha infinitos pontos entre dois pontos isto pode nos conduzirá à aporias.
    É possível aplicar uma matemática que não faz uso de zeros à uma visão de mundo atomista.

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  2. Mudando de assunto:Repasso um texto sobre mecânica quântica que o Bayô me enviou para diálogo:

    http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=mecanica-quantica-movimento-objetos-macroscopicos&id=010165100426

    Neste artigo o experimento é feito com uma fita metálica de 60 micrômetros de comprimento, grande o suficiente para ser vista a olho nu, que vibra e não vibra (existe e não existe) ao mesmo tempo.

    Segundo o texto a fita só escolhe seu estado de energia ao ser observada. Pergunto como é possível saber como alguma coisa se comporta quando não está sendo observada?

    O elétron se manifeste tão somente naquele exato local onde a medição está sendo feita. Como saber se ele também não se manifesta onde a medição não está sendo feita?

    Objetos quânticos podem se comportar tanto como partículas quanto como ondas, o que os permite estar em vários lugares ao mesmo tempo.

    Será possível replicar em objetos macroscópicos a propriedade dos objetos quânticos de estarem simultaneamente em dois estados, ou ao mesmo tempo em dois lugares diferentes? Leis físicas ainda não descobertas podem simplesmente impedir que objetos realmente grandes atinjam estados quânticos como a superposição e o entrelaçamento.

    Qual a validade das analogias?

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  3. Sobre a liberdade ou o livre-arbítrio:
    O problema consiste em reconciliar a consciência cotidiana de nós mesmos como agentes, com a melhor teoria que a ciência oferece sobre nós. O determinismo é uma parte do problema; pode-se definir como a doutrina segundo a qual tudo o que acontece tem uma causa. De uma maneira mais precisa, para qualquer acontecimento a, há um estado qualquer anterior da natureza N, e uma lei da natureza L, tal que, dada L, a se seguirá a N. No entanto, se isso é verdade para todos os acontecimentos, é verdade para acontecimentos como uma ação ou uma escolha minhas. Assim, a minha ação e a minha escolha são determinadas por algum estado anterior N e pelas leis da natureza L. Uma vez que o determinismo é universal, o próprio estado N é determinado, e assim regressivamente até chegarmos a acontecimentos em relação aos quais eu não tenho, é óbvio, qualquer responsabilidade (como os acontecimentos anteriores ao meu nascimento, por exemplo). Logo, nenhum acontecimento pode ser voluntário ou livre, se com isso queremos dizer que esse acontecimento ocorre unicamente em função de minha vontade, podendo eu ter feito outra coisa. Se o determinismo for verdadeiro, existem estados e leis antecedentes que determinam esses acontecimentos; como é possível, então, afirmar que eu sou seu autor, ou que sou responsável por eles? As reações a esse problema classificam-se em geral como: (I) Determinismo radical. Essa posição aceita o conflito, e nega que tenhamos verdadeira liberdade ou responsabilidade. (II) Determinismo moderado ou compatibilismo. As reações deste último tipo afirmam que tudo que podemos desejar de uma noção de liberdade é completamente compatível com o determinismo. Em particular, mesmo que nossas ações sejam causadas, muitas vezes é verdade que poderíamos ter feito outra se o tivéssemos escolhido, o que pode ser suficiente para que possamos ser responsabilizados ou acusados se o que fizemos era inaceitável (o fato de os acontecimentos anteriores terem causado nossas escolhas é tido como irrelevante nessa opção).(III) Libertinismo. Esta posição defende que o compatibilismo é apenas uma fuga, e que há uma noção mais substantiva e real de liberdade que pode ainda ser preservada face ao determinismo (ou ao ideterminismo). Em Kant, enquanto o eu empírico ou fenomênico é determinado e não é livre, o eu numênico ou racional tem capacidade para agir racional e livremente. Mas uma vez que o eu numênico ou racional existe fora das categorias do espaço e do tempo, essa liberdade aparentemente tem um valor duvidoso. Outras respostas libertinistas incluem a sugestão de que o problema está mal colocado, afirmando-se por vezes que não se consegue uma boa definição de determinismo; outras vezes postula-se uma categoria especial de atos de volição incausados; ou sugere-se, ainda, que há duas maneiras independentes mas consistentes de ver um agente, a saber, a científica e a humanista, e que só a confusão entre as duas faz o problema parecer premente. Nenhuma dessas respostas conseguiu uma aceitação geral. É um erro confundir o determinismo com o fatalismo. (Dicionário Oxford de Filosofia – Simon Blackburn – Jorge Zahar Editor – Rio de Janeiro. p.227-8).

    Sobre jogos cooperativos rapidamente eu encontrei uma revista e uma empresa, parece. Dêem um olhada. Já folheei um livro sobre. Este livro estava na biblioteca demonstrativa.

    http://www.jogoscooperativos.com.br/

    http://www.jogoscooperativos.com/


    Quanto à palavra exaurir, fiquei em dúvida:

    http://pt.wiktionary.org/wiki/exaurir


    abraço,
    antonio

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